STOP PAV: ação promove práticas de cuidado que auxiliam na prevenção da Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica

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A Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica (PAV) se trata de uma infecção pulmonar hospitalar que pode pode ocorrer em pacientes que se encontram em ventilação mecânica. Por ser uma das principais causas dos índices de óbito relacionados às infecções hospitalares, a equipe multidisciplinar do Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires, unidade gerenciada pela Fundação PB SAÚDE, está realizando, entre os dias 14 de novembro e 09 de dezembro, a primeira edição do STOP PAV. A ação visa instruir os colaboradores das equipes multidisciplinares, que atuam nas UTIs, sobre práticas de cuidado que auxiliam na prevenção da PAV. 

O projeto, segundo a responsável técnica da Odontologia, Andreia Medeiros, foi idealizado pelas equipes de Odontologia, Fisioterapia, Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) e Enfermagem. “ Esse projeto articulou todas as equipes que estão envolvidas diretamente na prevenção e no tratamento da PAV, para que possamos sensibilizar todos os profissionais destas equipes multidisciplinares. Será um momento de instruir e tirar dúvidas dessas pessoas sobre as ações que elas podem fazer para prevenir a PAV”, explicou a cirurgiã-dentista. 

As ações que são usadas para prevenir a PAV, segundo a coordenadora de Fisioterapia, Laryssa Gomes, são baseadas nas recomendações da ANVISA e estão presentes no conjunto de estratégias terapêuticas de prevenção da PAV. “Entre elas, podemos destacar a higienização oral três vezes ao dia; manter a cabeceira elevada em torno de 35 a 45 graus de angulação; evitar sedação profunda; avaliar diariamente as condições de extubação do paciente e, quando elegíveis, realizar o TRE (Teste de Respiração Espontânea); manter a pressão do balonete do CUFF (aparato responsável por impedir o escape de ar assim como dificultar a passagem de líquidos e secreções para o trato respiratório dos pacientes) em torno de 25 a 30 mmHG; entre outras”, explicou a gestora. 

Para a realização da reabilitação, Laryssa esclareceu ainda, que leva–se em consideração o quadro clínico atual do paciente. “Tratando-se de pacientes em ventilação mecânica, são realizados os ajustes ventilatórios diários, as manobras de higiene brônquica e terapia de remoção de secreções,  os cuidados diários com a via aérea do paciente, a reabilitação motora, tomando como base o Protocolo de Mobilização Precoce e o cuidado humanizado do paciente como um todo”, detalhou a fisioterapeuta. 

Febre, aumento da frequência respiratória (dispneia), aumento da secreção traqueal de aspecto purulento e alteração nos leucócitos, segundo a coordenadora do SCIH, Thais Grassi, são alguns dos sintomas apresentados pelo paciente com PAV. Além disso, ela acrescenta que existe uma cultura de aspirado traqueal positiva e alterações em exames de imagem (raio X e/ou tomografia). “Nós estamos realizando esta ação com os profissionais, pois a PAV é uma das principais causas de óbito relacionado às infecções hospitalares, ela prolonga a permanência do paciente em leito de UTI e aumenta o uso de antimicrobianos”, pontuou Thais. 

Nesta primeira semana a ação foi realizada na UTI Neurológica, e, até o dia 09 de dezembro, o STOP PAV deverá contemplar também os profissionais da UTI Endovascular, Coronariana e Pediátrica. Realizada de segunda à sexta, com duração de 1 hora, a abordagem conta com momentos teóricos e práticos. 

Andreia, apontou a maior construção de vínculo e de interação da equipe multidisciplinar como resultado já apresentado, e a longo prazo os ganhos para a saúde dos pacientes. “Esse momento tem proporcionado a oportunidade de tirar dúvidas, esclarecer e revisar as práticas de cuidado. Os profissionais estão recebendo informações padronizadas e de acordo com as evidências científicas sobre esses procedimentos, passando desse modo a realizar as práticas de cuidado de uma forma padronizada, então a longo prazo poderemos ter melhores indicadores em relação a PAV. Os nossos maiores beneficiados são os pacientes, que reduziram o desenvolvimento da PAV e isso consequentemente diminuirá o tempo de internação, o uso de antibioticoterapia, e contribuirá para a qualidade de vida dos assistidos”, concluiu Andreia. 

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