Idosa em cuidados paliativos comemora aniversário de 87 anos junto às filhas, na UTI do Hospital Metropolitano

 In Humanização

Esta terça-feira (2) foi uma data especial para a agricultora aposentada Maria Josefa de Oliveira e também para a família dela. É que, apesar de estar em estado grave na UTI Clínica do Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires, ela pôde comemorar o seu aniversário de 87 anos cercada pelo amor de suas filhas. 

O encontro foi possível graças a uma ação de humanização promovida pela Comissão de Cuidados Paliativos da unidade hospitalar, gerenciada pela Fundação Paraibana de Gestão em Saúde (PB Saúde), atendendo ao pedido de uma das filhas, para que as quatro irmãs pudessem entrar juntas na visita à mãe na UTI.

Dona Josefa é moradora da cidade de Taperoá, no Cariri paraibano, e foi internada no Hospital Metropolitano no dia 13 de junho, após complicações em problemas cardíacos já existentes. Assim como muitas pessoas da geração dela, Josefa tem uma particularidade: comemora duas datas de aniversário, uma quando nasceu, de fato, e outra quando foi registrada. 

“Minha mãe sempre falou que nasceu no dia 4 de junho, e que esse ano havia completado 88 anos, mas a gente havia percebido que a data de nascimento na certidão dela era outra, 2 de julho do ano seguinte e, portanto, ela também comemoraria 87 anos em 2024. Quando foi no dia 4, fizemos um bolinho e comemoramos, em casa, e ela pediu pra comemorar de novo no dia 2”, contou Maria de Oliveira, uma das filhas que também mora em Taperoá.

Após a internação, com o tratamento realizado no Hospital Metropolitano, Dona Josefa teve uma melhora do quadro, e estava para receber alta para a enfermaria, porém apresentou uma intercorrência e, no dia 1º de julho, precisou ser entubada. 

Dona Josefa tem sete filhos vivos. Dois irmãos moram em São Paulo, um mora em Brasília, duas irmãs moram em Taperoá e uma em Iguatu, no Ceará. Como o aniversário estava próximo, Maria de Oliveira e uma irmã, Josefa Alves, que mora em João Pessoa, decidiram então entrar em contato com o Serviço Social do Hospital Metropolitano e saber da possibilidade de fazer um aniversário diferente nesta terça-feira, com a visita em conjunto das quatro irmãs, que moram mais próximo de Santa Rita. 

Sensibilizados com a situação da paciente e como forma de amenizar o sofrimento dela e dos familiares, a equipe da Comissão conseguiu organizar para que as quatro pudessem entrar ao mesmo tempo no momento da visita na UTI Clínica, e também passar um pouco mais de tempo ao lado da mãe. 

“Durante a avaliação multidimensional, a família referiu o quão importante era para ela celebrar seus aniversários anuais e através das ações de humanização, que tem como princípio ético a validação da vida, celebramos seu aniversário, junto a sua família, em um momento íntimo e centrado nos valores da paciente e de seus familiares”, disse a médica geriatra Ana Carla Porto, presidente da Comissão de Cuidados Paliativos do Hospital Metropolitano. 

Para a família, foi um momento de agradecimento e de emoção. Josefa Alves, a filha mais velha, relata como foi o encontro. 

“Eu tenho certeza que ela entendeu que a gente comemorou o aniversário dela, com todos ali pertinho, a família, a médica dela, a equipe multi, estavam todos lá, e ela soube porque ela apertou a minha mão, movimentou as sobrancelhas e abriu os olhos. A dor é grande de vê-la assim, mas foi muito importante esse momento, porque eu sei que aqui no hospital ela está tendo o melhor cuidado possível para as condições dela. Eu só tenho a agradecer a Deus por permitir que a gente comemore mais um aniversário dela, como sempre fizemos, dois ao ano, e todas juntas aqui. Também agradeço demais a toda a equipe por conseguir se mobilizar para que isso fosse possível aqui no hospital”, disse.

Além da visita estendida para conversar e celebrar o aniversário da mãe, as filhas também receberam um cartão de aniversário do Hospital Metropolitano, para registrar o momento. para Carmem Lúcia, coordenadora de Serviço Social do hospital, este evento destaca a importância crucial do trabalho da comissão no tratamento dos pacientes. 

“A presença das filhas ao lado da mãe reafirma o poder do carinho e da compaixão em proporcionar dignidade e conforto, mesmo nos momentos mais difíceis. Gestos assim transformam a experiência dos pacientes e suas famílias, trazendo alegria e esperança em meio à adversidade”, disse.

Eronyce Rayka, psicóloga da Comissão de Cuidados Paliativos, também destaca que é parte do trabalho da comissão proporcionar o atendimento humanizado para pacientes e famílias. “Momentos como esse permitem garantir o elo entre a família, o paciente e a equipe da unidade, trazendo mais segurança, amparo e conforto para todos”, disse.

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