Hospital Metropolitano inicia testes com aparelho hospitalar que permite terapia nasal de Alto Fluxo

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A Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica (UTI Ped) do Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires, unidade gerenciada pela Fundação Paraibana de Gestão em Saúde (PB Saúde), iniciou, no dia 21 de agosto, os testes para aquisição da Cânula Nasal de Alto Fluxo (CNAF), um equipamento inovador que promove suporte ventilatório em pacientes com insuficiência respiratória e pode evitar a necessidade de ventilação mecânica invasiva e não invasiva.

De acordo com o coordenador de Fisioterapia do Metropolitano, Décio Antônio Sena, a maior parte das crianças internadas na UTI necessitam de algum tipo de suporte ventilatório e, sempre que possível, é indicado que seja feito o uso de ventilação não invasiva (VNI) e é aí que se evidencia a importância da terapia por CNAF. 

“Na literatura já temos estudos que sugerem que o alto fluxo é um método seguro, bem tolerado e de fácil aplicação. A CNAF aumenta o volume de ar e de oxigênio, aquecidos e umidificados, através das vias aéreas, e, com isso, é promovida uma redução do trabalho respiratório, bem como, a melhora da troca gasosa e a diminuição na necessidade de intubação orotraqueal. Como o fluxo, através dessa terapia, é aquecido e umidificado ele tende a ser melhor tolerado por crianças e evita complicações como ressecamento e sangramento de VAS”, explicou a gestora.

Segundo o fisioterapeuta intensivista, Afonso Tavares, esse equipamento é indicado para pacientes que precisam de suporte de oxigênio, como também, aos que estão fazendo um processo de desmame, de retirada do oxigênio. “Ele é um recurso que utilizamos para dar esse tipo de suporte na parte de fisioterapia respiratória, ajudando na melhor umidificação das vias aéreas, na oferta precisa de oxigênio e na promoção do conforto respiratório”, relatou Afonso.

É o caso do pequeno Jhonny Oliveira, de 2 meses, que está internado no Hospital Metropolitano para tratamento de uma cardiopatia congênita que foi descoberta quando ele deu entrada na unidade em decorrência de uma bronquiolite. Segundo a fisioterapeuta intensivista pediátrica do Metropolitano, Beatriz Ferreira, Jhonny que estava intubado, passou pelo processo de extubação e precisou fazer uso da Ventilação não invasiva – CPAP, através da pronga nasal. 

“Observamos que Jhonny não estava bem adaptado e apresentava obstrução e sangramento no narizinho. Foi quando vimos que ele se encaixava nos critérios para utilizar a Terapia com o Alto Fluxo que proporciona uma oferta eficaz do fluxo com O2 umidificado e aquecido, junto com a interface que é mais anatômica e confortável. Essa nova abordagem reduziu o sangramento e possibilitou uma melhor adaptação para Jhonny, que passou a ficar mais tranquilo, inclusive dormiu logo no início da terapia”, pontuou a fisioterapeuta intensivista pediátrica.

Para a mãe de Jhonny, Janaina Oliveira, a chegada do aparelho foi motivo de muita alegria e alívio. “A melhor coisa que fizeram foi esse aparelho para criança, depois que colocaram no meu filho, ele melhorou 100%, pois o pulmãozinho dele não estava bom e o CPAP estava machucando. Eu só tenho a agradecer pelo cuidado que estão tendo com meu filho, os profissionais aqui são muito atenciosos e observam cada detalhe do cuidado que ele precisa”, afirmou Janaina.

A fisioterapeuta Beatriz Ferreira ainda acrescentou que com a CNAF, o Metropolitano vai viabilizar um dos mais modernos tratamentos, que já é bem respaldado na literatura, principalmente, em doenças cardiorrespiratórias que cursam com hipoxemia (baixa concentração de oxigênio no sangue arterial). “Em São Paulo, a Cânula Nasal de Alto Fluxo já é padrão e protocolo nos pós-operatórios de cirurgia cardíaca e nós estamos em busca de trazer esse padrão aqui para nossa Paraíba”, frisou a profissional que é especialista em Terapia Intensiva Neonatal e Pediátrica e em Saúde da criança.

Cânula Nasal de Alto Fluxo (CNAF): O aparelho consiste em uma pronga nasal acoplada a um circuito que fornece ar quente e úmido, misturando oxigênio com ar comprimido através de um blender, e isso permite um controle preciso da concentração de oxigênio e do fluxo inspiratório que chegam ao paciente pela cânula nasal. Além disso, ele tem um umidificador potente, que permite que o oxigênio entre nos pulmões de maneira muito similar à que ocorreria fisiologicamente em condições normais. A sua instalação é simples e rápida, e os parâmetros a serem ajustados são a temperatura, o fluxo de ar (em L/min) e a fração inspirada de oxigênio. 

 

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