Evento no Hospital Metropolitano encerra programação do Setembro Verde junto a Central de Transplante
Na manhã desta quinta-feira (30), o Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires, promoveu para os líderes de setores, um evento com abordagens sobre Protocolo de Morte Encefálica (ME) e Acolhimento às famílias doadoras. O Setembro Verde é uma campanha nacional que tem como objetivo reforçar a importância da doação e do transplante de órgãos.
Na ocasião, a neurologista, Claudia Barros, explanou sobre a abertura do Protocolo de ME, em que este é realizado de forma séria e segura por profissionais habilitados. “Esse é um exame chancelado pelo Conselho Federal de Medicina. Com isso, os profissionais ajudam não só no diagnóstico, mas também no encaminhamento de órgãos para transplante, tudo respaldado pela ética profissional”, declarou.
No evento, a enfermeira e chefe do Núcleo de Ações Estratégicas da Central de Transplantes, Rafaela Carvalho, pontuou que quando há morte cerebral e perda irreversível das funções vitais que mantêm a vida, como a perda da consciência e da capacidade de respirar, a equipe médica e multidisciplinar atua respeitando sobretudo à família do paciente. “Sabemos que o transplante de órgãos pode ser a única esperança de vida ou a oportunidade de um recomeço para pessoas que precisam de doação, por isso o trabalho realizado no momento das entrevistas familiares para doação é conduzido de maneira muito delicada e respeitosa, para que as famílias entendam que o SIM delas, pode salvar a vida de outra ou outras pessoas”, disse.
O diretor geral do Hospital Metropolitano, Antônio Pedrosa, ressaltou que a unidade de saúde realiza por meio do Serviço Social e de Psicologia ações de sensibilização com os familiares, e que a instituição habilitada para o transplante cardíaco adulto e pediátrico tem disponibilizado consultas com especialista para os candidatos ao transplante cardíaco. “Somos o primeiro hospital público da Paraíba a ser habilitado para realizar transplante cardíaco. Nós já contamos com dois pacientes em lista e seis sendo preparados para integrar a lista de transplante. Creio que em questão de semanas, estaremos realizando nosso primeiro transplante, então esse é um tema muito importante para toda nossa equipe multiprofissional, envolvida diretamente nesse processo”, esclareceu.
Segundo o diretor assistencial, Gilberto Teodozio, o conceito de morte mudou ao longo dos anos, e isso deve-se também à doação de órgãos. “Houveram mudanças no modo de pensar acerca da morte, mas ainda existe na sociedade um questionamento muito grande em relação a reversibilidade de uma morte encefálica. Algumas famílias acreditando que o paciente possa voltar a ter todas as suas funções, acabam não doando e isso faz com que os órgãos se deterioram, ou o paciente sofra uma parada cardíaca, o que inviabiliza o transplante. Lutamos para desmistificar esse tipo de pensamento, esclarecendo que todo o processo é conduzido com muita rigidez técnica e principalmente empatia de ambos os lados, do doador e do receptor”, concluiu.
Pessoas que possuem diagnóstico de insuficiência cardíaca podem agendar uma consulta com o especialista no Ambulatório de Transplante Cardíaco do Hospital Metropolitano, através do telefone: 83 3229-9157.
Para ser um doador, basta conversar com sua família sobre o desejo em doar e deixar claro que eles, seus familiares, devem autorizar a doação de órgãos.